domingo, 21 de setembro de 2014

José Loureiro Junior


O paulista José Loureiro Júnior nasceu em 1912, na cidade de Jaú, em São Paulo. Iniciou sua vida política muito cedo, sobressaindo-se na militância que realizou, ainda como universitário, na defesa da Revolução Constitucionalista de 1932.
Com a derrota para as forças legalistas e decidido a continuar sua luta em defesa dos valores conservadores e tradicionalistas nos quais acreditava, filiou-se à Ação Integralista Brasileira, transformando-se, então, num dos principais colaboradores do líder daquele movimento político, Plínio Salgado, que se tornaria seu sogro.
Em 1934 elegeu-se Deputado para a Assembléia Constituinte de São Paulo, pela legenda do Partido Republicano Paulista - PRP, tendo participado dos trabalhos da comissão que preparou a Constituição Estadual.
Descontente com os rumos tomados pelo País com a implantação do Estado Novo, acabou preso, juntamente com Plínio Salgado, a mando de Getúlio Vargas.
Em 1947 foi eleito Deputado Estadual por São Paulo e em 1950 obteve a primeira suplência para a Câmara Federal, pelo Partido Social Progressista - PSP.
Durante o seu mandato, foi nomeado Secretário de Justiça e Negócios do Interior pelo Governador de São Paulo, Lucas Nogueira Garcez. Em 1953 retomou suas atividades parlamentares e no ano seguinte retornou à Câmara por uma coligação formada pelo Partido Social Democrático - PSD e pelo Partido Republicano - PR, do qual assumiu a liderança.
Além dos cargos públicos que assumiu, Loureiro Júnior foi jornalista e professor de Direito. Publicou vários livros, reunindo ensaios jurídicos e reflexões de caráter humanista, nas quais defende uma visão de mundo centrada na coerência entre ação e pensamento e na fidelidade aos valores tradicionais da família brasileira.
No mundo de hoje, quando a maioria dos homens públicos disfarça suas reais intenções, camuflando-as sob o manto enganoso das ideologias de ocasião, a coragem e a determinação de Loureiro Júnior e Plínio Salgado certamente chamariam a atenção de todos. 
Chegamos a um ponto em que boa parte dos homens públicos esconde-se sob o guarda-chuva ideológico daquilo que chamam de esquerda e que, na verdade, é um conjunto vazio de intenções e programas, um mero rótulo mercadológico de ilusão.
Loureiro Júnior nunca tentou escamotear suas reais intenções. Sempre se posicionou em defesa da Pátria e da família, que, a seu ver, eram o único caminho para proteger os reais interesses do povo brasileiro.

Fonte: Discurso do deputado Elimar Máximo Damasceno, do Prona-SP na Câmara dos Deputados em 31/11/2006.
www2.camara.leg.br

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

San Tiago Dantas



Francisco Clementino de SAN TIAGO DANTAS

Deputado Federal nas Legislaturas 1959-1963 e 1963-1967.

Nasceu na cidade do Rio de Janeiro, em 30 de agosto de 1911. Advogado, jornalista e professor. Membro ativo da Ação Integralista Brasileira entre 1932 e 1938. Vice-Presidente da refinaria de petróleo de Manguinhos (RJ) de 1949 a 1957, atuou paralelamente como assessor pessoal de Getúlio Vargas durante seu segundo governo (1951-1954), tendo colaborado na preparação do anteprojeto de criação da Petrobras e do projeto de criação da Rede Ferroviária Federal. Filiou-se ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) em 1955 e, em 1958, elegeu-se Deputado Federal por Minas Gerais. Candidato a Vice-Governador de Minas em 1960. Em 22 de agosto de 1961, foi nomeado pelo Presidente Jânio Quadros Embaixador do Brasil na ONU, mas, devido à renúncia de Jânio três dias depois, não chegou a assumir o cargo e tampouco pôde reassumir o mandato parlamentar, pois sua renúncia ao mesmo já estava consumada. Com a instituição do regime parlamentarista de governo, foi escolhido para Ministro de Relações Exteriores, cargo que exerceu de 11 de setembro de 1961 a 25 de junho de 1962. Tendo previamente sido um dos formuladores da chamada "política externa independente", como Chanceler promoveu o reatamento das relações com a União Soviética, discordou da proposta dos Estados Unidos de expulsão de Cuba da Organização dos Estados Americanos (OEA) e chefiou a delegação brasileira à Conferência de Desarmamento em Genebra, onde o Brasil se definiu como "potência não-alinhada". Em junho de 1962, o Presidente João Goulart o indicou para Primeiro-Ministro em substituição a Tancredo Neves, que havia renunciado, mas seu nome foi rejeitado pelo Congresso. Reeleito Deputado Federal em outubro de 1962, foi, logo após a volta do País ao regime presidencialista, nomeado Ministro da Fazenda, exercendo o cargo de 24 de janeiro a 20 de junho de 1963. Morreu no Rio de Janeiro em 6 de setembro de 1964.

Fonte: CÂMARA DOS DEPUTADOS 
         www2.camara.leg.br

Outros Sites : 

MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES
        www.itamaraty.gov.br     

MINISTÉRIO DA FAZENDA
        www.fazenda.gov.br           

FUNDAÇÃO ALEXANDRE DE GUSMÃO - FUNAG
           www.funag.gov.br

INSTITUTO SANTIAGO DANTAS DE DIREITO E ECONOMIA
        www.direitoeeconomia.org.br

Belisario Pena


Belisário Augusto de Oliveira Pena nasceu em Barbacena (MG), em 1868.

Médico, cursou a Faculdade de Medicina da Bahia, pela qual se formou em 1890. Voltou, então, ao seu estado natal, onde clinicou por alguns anos em Barbacena e Juiz de Fora, tendo sido eleito vereador nessa última cidade.

Em 1904, transferiu-se para o Rio de Janeiro e passou a trabalhar na Diretoria Geral de Saúde Pública. Nos anos seguintes, colaborou no combate à febre amarela, malária e outras doenças em diversos pontos do território nacional. Em 1918, assumiu a direção do Serviço de Profilaxia Rural, recém-criado pelo presidente Venceslau Brás. Em 1920, foi nomeado diretor de saneamento rural do Departamento Nacional de Saúde. Dois anos depois, exonerou-se desse cargo por discordar das interferências políticas no órgão.

Em 1924, manifestou-se publicamente a favor dos levantes tenentistas deflagrados contra o governo de Artur Bernardes. Por conta disso, foi preso por seis meses. Entre 1927 e 1928, voltou a percorrer o Brasil como chefe do Serviço de Propaganda e Educação Sanitária.

Em 1930, participou dos preparativos da revolução no Rio Grande do Sul. Após a vitória do movimento, foi nomeado diretor do Departamento Nacional de Saúde Pública (DNSP). Em setembro de 1931, foi nomeado ministro da Educação e Saúde, ficando no cargo por três meses. Em dezembro de 1932, voltaria a ocupar interinamente o ministério por alguns dias.

Ainda em 1932, exonerou-se da direção do DNSP. Em seguida, ingressou na Ação Integralista Brasileira (AIB). Foi membro da Câmara do 40 da AIB, órgão supremo da entidade.

Morreu no Rio de Janeiro, em 1939

Fonte: Dicionário Histórico Biográfico Brasileiro pós 1930. 2ª ed. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2001

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Raimundo Padilha




Raimundo Delmiriano Padilha (1899-1988) nasceu em Fortaleza. Formado em economia, filiou-se ao movimento integralista. Tomou parte na revolta de 1938, sendo condenado a três meses de prisão. Indicado para chefiar o movimento no Brasil durante o exílio de Plínio Salgado, foi acusado em 1942 de manter contatos com espiões alemães. Embora não tenha sido condenado, foi pressionado a demitir-se do cargo de inspetor e técnico em operações de câmbio do Banco do Brasil.
Com o fim do estado Novo, ajudou a formar e registrou o Partido de Representação Popular (PRP), integrado por remanescentes da Ação Integralista Brasileira (AIB). Em 1950, elegeu-se primeiro suplente para a Câmara Federal pelo Rio de Janeiro, tomando posse dois anos depois com o falecimento do deputado José Monteiro Soares Filho. Elegeu-se em 1954 deputado federal na legenda da União Democrática Nacional (UDN), renovando o mandato em 1958 e 1962.
Defensor do movimento militar de 1964, tornou-se líder da maioria na Câmara durante o governo de Castelo Branco. Após a edição do Ato Institucional nº 2, filiou-se à Aliança Renovadora Nacional (Arena). Foi novamente eleito deputado federal pelo Rio de Janeiro e integrou a comissão que elaborou a Constituição outorgada em 1967. Eleito governador do estado pela Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro, em 1970, ocupou o cargo até 15 de março de 1975, quando ocorreu a fusão dos estados da Guanabara e do Rio de Janeiro, a que Padilha sempre se opôs. Faleceu no Rio de Janeiro.

Fontes: ABREU, Alzira de & BELOCH, Israel (coords.). Dicionário histórico-biográfico brasileiro:1930-1983. Rio de Janeiro. Ed. Forense Universitária: FGV/CPDOC: FINEP, 1984, v. 3.



Gustavo Barroso



(Fortaleza, CE, 29 de dezembro de 1888 - Rio de Janeiro, RJ, 3 de dezembro de 1959)

Gustavo Barroso (G. Dodt B.), advogado, professor, político, contista, folclorista, cronista, ensaísta e romancista, nasceu em Fortaleza, CE, em 29 de dezembro de 1888, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 3 de dezembro de 1959. Eleito em 8 de março de 1923 para a Cadeira n. 19, na sucessão de D. Silvério Gomes Pimenta, foi recebido em 7 de maio de 1923, pelo acadêmico Alberto Faria.

Filho de Antônio Filinto Barroso e de Ana Dodt Barroso. Fez estudos nos externatos São José, Parthenon Cearense e Liceu do Ceará. Cursou a Faculdade Livre de Direito do Ceará, bacharelando-se em 1911 pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro. Redator do Jornal do Ceará (1908-1909) e do Jornal do Commercio (1911-1913); professor da Escola de Menores, da Polícia do Distrito Federal (1910-1912); secretário da Superintendência da Defesa da Borracha, no Rio de Janeiro (1913); secretário do Interior e da Justiça do Ceará (1914); diretor da revista Fon-Fon (a partir de 1916); deputado federal pelo Ceará (1915 a 1918); secretário da Delegação Brasileira à Conferência da Paz de Venezuela (1918-1919); inspetor escolar do Distrito Federal (1919 a 1922); diretor do Museu Histórico Nacional (a partir de 1922); secretário geral da Junta de Juriconsultos Americanos (1927); representou o Brasil em várias missões diplomáticas, entre as quais a Comissão Internacional de Monumentos Históricos (criada pela Liga das Nações) e a Exposição Comemorativa dos Centenários de Portugal (1940-1941). Participou do movimento integralista. Embora não concordasse com o rumo dos acontecimentos a partir de 1937, manteve-se fiel à doutrina filosófica do integralismo.

Estreou na literatura, aos 23 anos, usando o pseudônimo de João do Norte, com o livro Terra de sol, ensaio sobre a natureza e os costumes do sertão cearense. Além dos livros publicados, sua obra ficou dispersa em jornais e revistas de Fortaleza e do Rio de Janeiro, para os quais escreveu artigos, crônicas e contos, além de desenhos e caricaturas. A vasta obra de Gustavo Barroso, de 128 livros, abrange história, folclore, ficção, biografias, memórias, política, arqueologia, museologia, economia, crítica e ensaio, além de dicionário e poesia. Pseudônimos: João do Norte, Nautilus, Jotanne e Cláudio França.

Sua atividade na Academia Brasileira de Letras também foi das mais relevantes. Em 1923, como tesoureiro da instituição, procedeu à adaptação do prédio do Petit Trianon, que o Governo francês ofereceu ao Governo brasileiro, para nele instalar-se a sede da Academia. Exerceu alternadamente os cargos de tesoureiro, de segundo e primeiro secretário e secretário-geral, de 1923 a 1959; foi presidente da Academia em 1932, 1933, 1949 e 1950. Em 9 de janeiro de 1941 foi designado, juntamente com Afrânio Peixoto e Manuel Bandeira, para coordenar os estudos e pesquisas relativos ao folclore brasileiro.

Era membro da Academia Portuguesa da História; da Academia das Ciências de Lisboa; da Royal Society of Literature de Londres; da Academia de Belas Artes de Portugal; da Sociedade dos Arqueólogos de Lisboa; do Instituto de Coimbra; da Sociedade Numismática da Bélgica, do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e de vários Estados; e das Sociedades de Geografia de Lisboa, do Rio de Janeiro e de Lima.

Obras:
CONTOS, CRÔNICAS E NOVELAS REGIONAIS: Praias e várzeas (1915); Idéias e palavras (1917); Mosquita muerta (1921); Mula sem cabeça (1922); Pergaminhos (1922); Alma sertaneja (1923); Mapirunga (1924); O anel das maravilhas (1924); Livro dos milagres (1924); O bracelete de safiras (1931); Mulheres de Paris (1933); Fábulas sertanejas (1948).

ROMANCES: Tição do inferno (1926); A senhora de Pangim (1932); O santo do brejo (1933),

FOLCLORE, CRÍTICA, ERUDIÇÃO E FILOLOGIA: Terra do sol. Natureza e costumes do Norte (1912); Casa de marimbondos (1921); Ao som da viola (1921); O sertão e o mundo (1924); Através dos folclores (1927); Mythes, contes et legendes des indiens du Brésil (1930); As colunas do templo (1933).

HISTÓRIA, ENSAIOS E EPISÓDIOS HISTÓRICOS: Tradições militares (1918); Tratado de Paz (1919); A ronda dos séculos (1920); Coração da Europa (1922); Uniformes do Exército (1922); Antes do bolchevismo (1923); En el tiempo de los Zares (1924); O ramo de oliveira (1925); Almas de lama e de aço (1928); A guerra do Lopez (1928); A guerra do Flores (1929); A guerra do Rosas (1929); A guerra de Vidéo (1930); A guerra de Artigas (1930); O Brasil em face do Prata (1930); Inscrições primitivas (1930); Aquém da Atlântida (1931); Brasil - Colônia de banqueiros (1934); História secreta do Brasil, 3 vols. (1936, 1937 e 1938); A destruição da Atlântida, 2 vols. (1936); Espírito do século XX (1936); Os protocolos dos sábios de Sião (1936); Os civilizados (1937); O livro dos enforcados (1939); O Brasil na lenda e na cartografia antiga (1941); Portugal - Semente de impérios (1943); Anais do Museu Histórico nacional, vols. I a V (1943-1949); História do Palácio Itamarati (1953).

HISTÓRIA REGIONAL E BIOGRAFIAS: Heróis e bandidos. Os cangaceiros do Nordeste (1917); Osório, o Centauro dos pampas (1932); Tamandaré, o Nélson brasileiro (1933); Caxias (1945).

LÍNGUA E DICIONÁRIO: A ortografia oficial (1931); Pequeno dicionário popular brasileiro (1938).

MEMÓRIAS E VIAGENS: Coração de menino (1939); Liceu do Ceará (1941); Consulado da China (1941); Seca, Meca e Olivais de Santarém, descrições e viagens (1947). POESIA: As sete vozes do espírito (1950).

PENSAMENTO: Luz e pó (1932).

POLÍTICA: O integralismo em marcha (1933); O integralismo de norte a sul (1934); O quarto império, integralismo (1935); A palavra e o pensamento integralista (1935); O que o integralista deve saber (1935); O integralismo e o mundo (1933); Integralismo e catolicismo (1937); A maçonaria: seita judaica (1937); Judaísmo, maçonaria e comunismo (1937); A sinagoga paulista (1937); Corporativismo, cristianismo e comunismo (1938).

Fonte: www.biblio.com.br


Sites sobre Gustavo Barroso:









Miguel Reale


São Bento do Sapucaí, 6 de novembro de 1910 — São Paulo, 14 de abril de 2006)

Miguel Reale, advogado, jurista, professor, filósofo, ensaísta, poeta e memorialista, nasceu em São Bento da Sapucaí, SP, em 6 de novembro de 1910. Eleito para a Cadeira n. 14 em 16 de janeiro de 1975, na sucessão de Fernando de Azevedo, foi recebido em 21 de maio de 1975, pelo acadêmico Cândido Mota Filho.

Filho do dr. Braz Reale e de d. Felicidade Chiarardia Reale. Formou-se em Direito pela Universidade de São Paulo em 1934. Dedicou-se desde cedo a intensa atividade no jornalismo, na política e no ensino. Começou sua carreira no magistério quando ainda estudante, lecionando Latim e Psicologia em um curso pré-jurídico de 1933 a 1935, ao lado de Hermes Lima e Alfredo Ellis Júnior. Em 1936, tornou-se um dos sócios e diretores do Ateneu Graça Aranha, onde lecionou por algum tempo, dando aulas de português e literatura brasileira em outros colégios da Capital.

A bibliografia fundamental de Miguel Reale compreende obras de Filosofia, Filosofia Jurídica, Teoria Geral do Direito, Teoria Geral do Estado, além de monografias e estudos em quase todos os ramos do Direito Público e Privado.

Entre os livros de sua mocidade, merecem destaque O Estado moderno e Formação da política burguesa (1934), que analisam as principais doutrinas políticas a partir do Renascimento, com o estudo do fascismo e do comunismo; O capitalismo internacional (1935), que constitui uma introdução histórica à economia contemporânea, e Atualidades de um mundo antigo (1936), sobre o pensamento filosófico e político na Grécia e em Roma. Nessa época, participou da Ação Integralista Brasileira, exercendo as funções de Secretário Nacional de Doutrina.

Conquistou, por concurso, a cátedra de Filosofia do Direito na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, em 1941, apresentando a tese Os fundamentos do Direito, onde já estabelece as bases de sua Teoria Tridimensional do Direito, com a qual tem início nova fase na doutrina jurídica nacional. Seu livro Teoria do Direito e do Estado (1940), de concepção geminada, é considerado uma das obras básicas nesse campo do conhecimento jurídico-político.

Fez parte do Conselho Administrativo do Estado de São Paulo, de 1942 a 1945, tendo sido autor de várias reformas fundamentais na legislação paulista, principalmente no plano da educação e da cultura. Em 1947 foi Secretário da Justiça do Estado de São Paulo, instituindo o Departamento Jurídico do Estado e criando a primeira "Assessoria Técnico-Legislativa" do País, que serviu de modelo para outros Estados e ao próprio Governo Federal.

Entre 1949 e 1950 foi Reitor da Universidade de São Paulo, e, nessa década, foi convidado a ministrar cursos e conferências sobre Filosofia do Direito em vários países da América Latina e da Europa. Sem prejuízo de suas atividades docentes, manteve sempre escritório de advocacia elaborando trabalhos forenses e pareceres, diversos deles publicados em livros e opúsculos.

Em 1962, após intensa atividade no Partido Social Progressista, do qual foi Vice-Presidente, foi novamente Secretário da Justiça de São Paulo em 1964, notabilizando-se pela corajosa defesa da autonomia do Estado contra ilícitas interferências do Governo Federal; pela criação de importantes órgãos na área da Justiça, como as primeiras Varas Distritais da Capital, e por um plano original de reforma agrária mediante a utilização das terras devolutas estaduais, que infelizmente não foi executado pelo governo Adhemar de Barros, com quem ele se desentendeu logo após a eclosão do movimento militar de 1964.

Eleito reitor da Universidade de São Paulo, de 1969 a 1973, implantou a ampla reforma universitária, com a substituição das cátedras pelos Departamentos. Para a definitiva implementação e urbanização do campus da USP em São Paulo, construiu cerca de 250.000 m2 de edifícios destinados ao ensino, à pesquisa e ao esporte, dando, também, amplo desenvolvimento aos campi do Interior, aos quais conferiu grande autonomia. Entre essas edificações destacam-se a sede da nova Reitoria, o Anfiteatro, a Torre Universitária e os prédios destinados aos Institutos e Faculdades resultantes da reforma.

Miguel Reale fundou as revistas Panorama, em 1936, e a Revista Brasileira de Filosofia, em 1951 - a mais antiga revista filosófica da América Latina, já com quase meio século de contínua publicação trimestral. Dirigiu a coleção "Direito e Cultura", da Editora Saraiva, especializada em Filosofia do Direito, Teoria Geral e Sociologia Jurídica, assim como a "Estante do Pensamento Brasileiro", publicada pela USP - Grijalbo, com a reedição de obras essenciais à história das idéias no País.

É presidente do Instituto Brasileiro de Filosofia, tendo presidido por duas vezes a Sociedade Interamericana de Filosofia, por ele criada. Pela projeção de seu pensamento filosófico-jurídico, tornou-se Doutor honoris causa das Universidades de Gênova, Coimbra e Lisboa e das mais importantes Universidades latino-americanas e brasileiras, sendo Presidente Honorário da Internationale Vereinigung Für Rechts - Und Sozialphilosophie - IRV, entidade que congrega todos os filósofos do Direito no mundo.

Organizador de cinco Congressos Nacionais de Filosofia e de quatro de Filosofia do Direito, no Brasil, além de um Latino-Americano em Brasília, foi, no Congresso Internacional de Filosofia de 1954, em São Paulo, declarado "benemérito da cultura brasileira". Por outro lado, chefiou várias delegações a certames filosóficos internacionais, tendo sido um dos cinco convidados especiais para redigir as comunicações introdutórias ao Congresso Internacional realizado em Veneza, em 1958.

Tendo publicado cerca de 60 livros e centenas de artigos em jornais e revistas do País e do estrangeiro, nos últimos anos firmou seu nome também como poeta e memorialista, sendo membro efetivo das Academias Brasileira e Paulista de Letras, bem como da Academia Brasileira de Letras Jurídicas e de várias entidades culturais internacionais, merecendo realce a Academia delle Scienze dell’Istituto di Bologna; a Società Italiana de Filosofia del Diritto; a Académie Internationale de Droit Comparé; a Sociedad Mexicana de Filosofia; a Sociedad Hispánica de Filosofia Social y Juridica; a Associación Argentina de Filosofia; a Academia Nacional de Ciências de Buenos Aires; a Academia de Ciências de Lisboa e o Instituto Argentino de Filosofia Jurídica y Social.

Entre os títulos honoríficos possui a Grã Cruz da Ordem do Rio Branco; a de Grande Oficial da República da Itália; a Ordem do Sol Nascente do Japão; a Comenda da Ordem do Mérito da França, do Condor dos Andes (Bolívia); o "Colar do Mérito Judiciário", conferido pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo; "Colar do Mérito da Justiça", conferido pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo; as medalhas Rui Barbosa, Teixeira de Freitas, Sílvio Romero, Pedro II, e outras. Em 1980, recebeu o título de Professor Emérito da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Foi membro do Conselho Federal de Cultura, de 1974 a 1989.

Costuma-se dizer que Miguel Reale, em toda a sua vida, tem sabido manter-se fiel ao lema escrito no primeiro livro de sua juventude: Teorizar a vida e viver a teoria na unidade indissolúvel do pensamento e da ação.

Fonte: www.integralismo.org.br

Sites:

miguelreale.com.br

Roda Viva

pensadoresbrasileiros

Academia Brasileira de Letras




Carmela Patti Salgado



Nasceu em 1914, em Taquaritinga SP, filha de Fortunato Patti e Maria Pagliuso Patti.
Casou-se com o líder do Movimento Integralista, Plínio Salgado.  Fundou em 1963 em Brasilia - DF com um grupo de mulheres a Ação Social Do Planalto, entidade que promove a educação integral , profissão, arte, esportes, sociabilidade e valores morais.
Faleceu em agosto de 1989, em São Paulo.


Acompanhe os trabalhos da Ação Social do Planalto







Plínio Salgado

Iniciaremos aqui uma série de biografias de nossos principais nacionalistas, ligados a Ação Integralista Brasileira.


Plínio Salgado
Fundador da Ação Integralista Brasileira.

SÍNTESE CRONOLÓGICA

1895 — Nascimento, a 22 de janeiro, na cidade paulista de São Bento do Sapucaí, filho do farmacêutico Francisco das Chagas Esteves Salga­do e da professora dona Ana Francisca Rennó Cortez. Quando criança, juntamente com seus irmãos, ouvia preleções de seu progenitor, chefe político do município, em torno de Caxias e outros grandes vultos da história pátria. Lia muito, principalmente os clássicos da língua.

1911 — Aos 16 anos, com o falecimento de seu pai, e estudando no Ginásio São José, em Pouso Alegre (Estado de Minas), teve de voltar para São Bento do Sapucaí a fim de cuidar de sua progenitora e dos quatro irmãos mais novos.

1913 — Aos 18 anos, cria o Partido Municipalista, juntamente com Gama Rodrigues, Machado Coelho, Agostinho Ramos e Joaquim Cortez, "para combater a ditadura do governo estadual" . Esta foi a primeira organização política brasileira a se voltar para a defesa do município. Aplica-se em sua cidade a diversas atividades, dirige um clube de futebol, um grupo teatral, pronuncia conferências é orador oficial em todas as solenidades,é defensor de réus quando faltavam advogados, funciona como topógrafo judicial e ocupa cargo de inspetor escolar no município. Lança o semanário local "Correio de São Bento".

1918 — Casa-se com a senhorita Maria Amélia Pereira, descendente de tradicional família sãobentista, a qual veio a falecer após um ano, dei­xando uma filha, Maria Amélia, com apenas 15 dias, que passou a ser zelada pela avó e tios.

1919 — Muda-se para São Paulo onde ingressa como suplente de revi­sor ascendendo logo a redator, no "Correio Paulistano", porta-voz do governo estadual na época. Aí trava conhecimento com inúmeros inte­lectuais e políticos, a muitos ligando-se por sólida e profunda amizade.

1922 — Realização da Semana de Arte Moderna, cujos principais par­ticipantes. "apontaram novos caminhos, libertações integrais, nacionalismo espontâneo". Leitura absorvente de Marinetti, Soffici, Apollinaire, Cocteau,Max Jacob,Cendrars.

1924 — Indicado como Secretário da Coligação Paulista, presidida por Altino Arantes.

1926 — Publicação de O Estrangeiro. Preocupação com problemaspolíticos, leituras de Marx, Sorel, Lenin, Trotsky, Riazonov, Plekanov, Fuerbach. Falecimento de sua progenitora,

1927 — Insistentemente convidado pelo Presidente Júlio Prestes candidatou -se a deputado estadual e é eleito com grande votação.

1928 — Cria a Prefeitura Sanitária de Campos do Jordão e consegue leis favoráveis àagricultura paulista. Funda, com Menotti dei Picchia,Cassiano Ricardo e Motta Filho o Movimento Verde-Amarelista.

1929 — Em 31 de julho, como primeiro ocupante, toma posse da cadeira nº 6, da Academia Paulista de Letras, sendo patrono da mesma Couto de Magalhães. Posse conjunta de Plínio Salgado, Menotti del Picchia, Alfredo Ellis Jr., Cassiano Ricardo, Nuto Sant'Ana e Gofredo da Silva Teles.

1930 — Viagem à Europa e Oriente, como preceptor de um jovem paulistano. Vê as transformações políticas da Turquia, da Itália, da Alemanha, "lê uma vasta literatura comunismo que circulava em País", examina a pequena Bélgica, medita no Egito (sobre o imperialismo inglês), observa observa a anarquia dos espíritos nas Espanha e a nova ordem de Portugal: "tudo me mostrava a morte de uma civilização, o advento de uma nova etapa humana". Deflagrada no Brasil a revolução contra Washington Luis e o sistema político que este representava.

1931 — Fundação e direção de "A Razão". Artigos diários de doutrinação política e análise da situação brasileira e internacional.

1932 — Revolução Constitucionalista. Incêndio de "A Razão", Funda­ção da Sociedade de Estudos Políticos (SEP). Lançamento do Manifesto de Outubro, com que se iniciaram as atividades independentes da Ação Integralista Brasileira, antes um setor de orientação da SEP.

1935 — Intentona comunista no quartel da Praia Vermelha, ocasião em que foram assassinados covardemente pelos comunistas, na calada da noite, quando dormiam, indefesos oficiais do Exército Brasileiro, alguns adeptos do Integralismo. Por telegrama ao Presidente da República é oferecida a ajuda dos Integralistas.

1936 — Casa-se em segundas núpcias com a senhorita Carmela Patti pertencente a conceituada família radicada em Taquaritinga, Estado de São Paulo, não havendo filhos deste consórcio.

1937 — Candidatura à Presidência da República, concorrendo com José Américo de Almeida e Armando Salles Oliveira. Fechamento de todas as organizações políticas. É convidado para Ministro da Educação, que recusa por não concordar com os termos da nova constituição. É implantado o Estado Novo.

1938 — Revolta, denominada "integralista" (Dicionário de História do Brasil, Melhoramentos, São Paulo, 1976, 4ª edição, pág. 469), objetivando a restauração democrática no Brasil, e que   ocasionou inúmeras prisões e fuzilamentos de membros da Ação Integralista Brasileira e exílio dos principais lideres.

1939 — Prisão na Fortaleza de Santa Cruz. Exílio para Portugal.

1939-1946 — Intensa atividade cultural e religiosa em Portugal.

1942 — Publicação da Vida de Jesus, cuja primeira edição, lançada em São Paulo, é apreendida e logo após liberada.

1946 — Retorno ao Brasil, com a deposição de Getúlio Vargas. Fun­dação, por um grupo de brasileiros, do Partido de Representação Popular. É eleito Presidente do Partido de Representação Popular (extinto, jun­tamente com todos os outros organismos políticos, após 1964).

1947 — Escreve semanalmente um artigo para o semanário "Idade Nova".

1948 — É convidado a comparecer às Conversações Católicas Interna­cionais, realizadas em San Sebastian, na Espanha, diretamente pelo Arcebispo de Santiago de Compostela, D. Bellester Nietto, para colaborar na redação de uma "Carta dos Direitos e Deveres do Homem", tendo a sua orientação sido a vencedora, e o primeiro artigo ficado assim redigido: "O Homem é um ser feito a imagem e semelhança de Deus, seu criador, possuindo uma alma imortal, dotada de inteligência e de vontade livre. Ele deve encontrar na sociedade civil os meios de cumprir seus deveres e exercer seus direitos correlativos, conforme as finalidades da sua natureza e sua vocação divina".

1950 — Apoia o Brig. Eduardo Gomes à Presidência da República e disputa a senatoria pelo R. G. do Sul, onde obtém mais dé 300.000 votos, não conseguindo, porem, eleger-se.

1952 — Fundação da Confederação de Centros Culturais daJuventude e sua eleição como Presidente de Honra da mesma, que reuniu, inicialmente, dezenove entidades de jovens, oriundas de todo o Brasil, e chegou a atingir para mais de quinhentas em todo o território nacional.

1953 — Fundação do semanário "A Marcha", de que foi colaborador até o encerramento de suas atividades.

1955 — Candidatura à Presidência da República, disputando com Jus­celino Kubitschek de Oliveira, Juarez Távora e Ademar deBarros, quando obteve quase um milhão de votos.

1956 — Eleito Deputado Federal pelo Estado do Paraná.

1960 — Passa a colaborar semanalmente no "Diário de São Paulo", o que faz durante 15 anos seguidos.

1960-1964-1970 — Eleito Deputado Federal pelo Estado de São Paulo, integrando sempre a Comissão de Educação e Cultura. Instala-se, definitivamente, em Brasília, a partir de 1960.

1961 — Representa o Brasil na Conferência Geral da UNESCO, em Paris, como observador parlamentar.

1975 — Falecimento, a 7 de dezembro, em São Paulo, sendo enterrado no cemitério do Morumbi.


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
SALGADO, Plínio. Vida de Jesus, São Paulo, Ed. Voz do Oeste, p. XII, 1985.

Texto extraído do site 
 www.pliniosalgado.org.br

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